O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou nesta terça-feira a prisão da empresária mato-grossense Jorgeleia Schmoeler, de Juara, condenada a 14 anos de prisão em regime fechado por envolvimento nos atos do 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas em Brasília. A decisão foi assinada pelo ministro Alexandre de Moraes após o trânsito em julgado do processo no mês de agosto, o que encerrou todas as possibilidades de recurso. Além da pena de prisão, ela também foi condenada ao pagamento de multa e ao ressarcimento coletivo de R$ 30 milhões, valor que será destinado ao Fundo de Defesa de Direitos Difusos.

Jorgeleia foi responsabilizada pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, associação criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Imagens e mensagens anexadas ao processo mostram que ela participou ativamente da invasão ao Congresso Nacional. Em vídeos gravados no dia dos ataques, a empresária aparece exaltando a ação e declarando estar “fazendo parte da história”. Em conversas posteriores, demonstrou não se arrepender do ocorrido.

Com a ordem expedida nesta terça-feira, Jorgeleia passa a ser considerada foragida da Justiça, já que não foi localizada para cumprimento imediato da pena. Ela já havia sido alvo de mandados anteriores durante fases da Operação Lesa Pátria, deflagrada pela Polícia Federal em 2023 para investigar a participação de financiadores e executores dos atos.

Na mesma decisão, o STF também confirmou as condenações de outros acusados, entre eles Robson Victor de Souza, que recebeu a mesma pena de 14 anos de prisão, e Evandro Ericson Vieira de Medeiros e Márcio Castro Rodrigues, que tiveram penas menores. Para Moraes, as decisões reforçam a necessidade de punir de forma exemplar aqueles que atentaram contra o Estado Democrático de Direito.