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A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (9) uma operação para apurar um suposto esquema de desvio de recursos públicos por meio do pagamento de “pedágio” sobre emendas parlamentares. Segundo a investigação, o valor cobrado chegava a 12% e envolvia repasses para prefeituras do Ceará, indicados por deputados federais.
Um dos principais alvos da investigação é o deputado federal Júnior Mano (PL‑CE), suspeito de liderar o esquema. A PF aponta que as negociações envolviam a liberação de emendas parlamentares em troca de pagamentos ilegais. Os valores desviados teriam sido usados para alimentar campanhas eleitorais no estado.
A operação, autorizada pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), incluiu buscas no gabinete de Júnior Mano na Câmara dos Deputados, em seu apartamento funcional em Brasília e na residência dele em Fortaleza. Também foram cumpridos mandados contra empresários e operadores que estariam envolvidos no suposto esquema.
Além de Júnior Mano, as investigações citam recursos de emendas indicadas por outros parlamentares do Ceará, como o líder do governo Lula na Câmara, José Guimarães (PT), e os deputados Eunício Oliveira (MDB) e Yuri do Paredão (MDB). Os três negam qualquer envolvimento com irregularidades e afirmam que não são alvos diretos da operação.
Em um dos diálogos, operadores mencionam valores destinados aos municípios de Choró e Canindé, supostamente em nome dos deputados citados.
A investigação segue sob sigilo e deve avançar com a análise do material apreendido. A PF solicitou a abertura de inquérito específico para apurar a atuação dos deputados com foro privilegiado. Júnior Mano, por sua vez, divulgou nota afirmando que confia na Justiça e que provará sua inocência ao fim do processo.
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