
Reprodução. Foto:

Um dos maiores escândalos da gestão petista veio à tona com a deflagração da operação "Sem Desconto", da Polícia Federal, que investiga um esquema bilionário de fraudes dentro do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O esquema teria operado entre 2019 e 2024, desviando mais de R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas — justamente a parcela mais vulnerável da população brasileira.
Entidades e sindicatos aplicavam descontos associativos nos benefícios previdenciários sem qualquer autorização dos segurados. As cobranças eram justificadas com supostos serviços de assistência jurídica, convênios e apoio institucional, mas a maioria dos beneficiários sequer sabia da existência desses débitos. Auditorias mostraram que 97% dos entrevistados afirmaram nunca ter autorizado as cobranças.
Durante a operação, foram cumpridos mais de 200 mandados de busca e apreensão em diversos estados e no Distrito Federal. Entre os alvos estão escritórios, sindicatos, associações e servidores públicos. Bens de luxo, como carros importados, joias e dinheiro em espécie, foram apreendidos.
Como parte das medidas cautelares, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi afastado do cargo, juntamente com outros cinco integrantes da cúpula da autarquia. O prejuízo é considerado um dos maiores já identificados no sistema previdenciário.
Quem são os servidores afastados
A Justiça determinou o afastamento de seis servidores da alta gestão do INSS:
- Alessandro Stefanutto, presidente do INSS
- Vanderlei Barbosa dos Santos, diretor de Benefícios
- Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, procurador-chefe do INSS
- Giovani Batista Fassarella Spiecker, coordenador de Suporte ao Atendimento
- Jacimar Fonseca da Silva, coordenador de Pagamentos e Benefícios
- Um policial federal, ainda não identificado publicamente
A responsabilidade do governo
O escândalo atinge diretamente a administração federal, já que o comando do INSS está sob responsabilidade do governo Lula. A falta de fiscalização e o aval para que entidades tivessem acesso irrestrito à base de dados e benefícios dos segurados levantam sérias dúvidas sobre o comprometimento da atual gestão com a transparência e a proteção dos direitos dos aposentados.
Parlamentares da oposição classificaram o caso como um retrato da desorganização e aparelhamento político da máquina pública. Deputados da direita já articulam a convocação de ministros e dirigentes do INSS para prestar esclarecimentos no Congresso Nacional.
A operação ainda está em andamento e novas fases devem aprofundar as investigações sobre o envolvimento de outros setores ligados ao governo federal e a possíveis acordos irregulares firmados com entidades privadas durante os últimos anos.
Comentários