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A Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), desmantelou um esquema de pirâmide financeira que movimentou mais de R$ 21 milhões em prejuízos e enganou mais de mil pessoas no Brasil e no exterior. A operação foi batizada de “Rede de Mentiras” e teve início em setembro deste ano.
O golpe era liderado por um homem de 42 anos, identificado pelas iniciais J.R.V.B., que atuava com o apoio de sócios. Para dar aparência de legalidade ao negócio, eles abriram empresas em nome de “Metaverso Soluções Digitais”, “Multiverso Digital” e “Bispo Investments”, usadas como fachada para captar recursos.
As promessas de lucro eram sedutoras: ganhos fixos de até 7% ao mês, com suposta garantia de segurança. A divulgação acontecia principalmente pelas redes sociais e transmissões no YouTube, em um canal chamado “Treta Trader”. Além disso, os investidores eram incentivados a atrair novos participantes — característica típica de pirâmides financeiras.
Inicialmente, a Decon havia identificado 27 vítimas que perderam cerca de R$ 1,3 milhão. Depois que a investigação foi divulgada, outras pessoas começaram a procurar a polícia. Apenas em Minas Gerais, foram registradas mais de mil vítimas, somando prejuízos de R$ 21 milhões. Também há relatos de brasileiros lesados que vivem nos Estados Unidos e no Japão.
Os valores aplicados variaram bastante: algumas pessoas perderam poucos milhares de reais, enquanto outras chegaram a investir centenas de milhares. Famílias inteiras também foram atingidas. Segundo as investigações, quando alguém questionava os atrasos ou a falta de pagamento, o líder do esquema chegava a intimidar os investidores, dizendo possuir arma de fogo. Por isso, a Justiça determinou a suspensão do registro do armamento.
A Polícia Civil pediu e obteve na Justiça a prisão preventiva do suspeito, além do bloqueio de bens, suspensão das atividades das empresas e apreensão de documentos. Ele deve responder por crimes como estelionato, associação criminosa, lavagem de dinheiro e crimes contra a economia popular.
As vítimas que ainda não registraram ocorrência podem procurar a Delegacia de Defesa do Consumidor, em Cuiabá, ou registrar o caso pela Delegacia Virtual. Também é possível enviar informações por e-mail para [email protected], apresentando comprovantes de investimentos, contratos, comprovantes de transferência e qualquer outra prova que ajude a fortalecer as investigações.
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