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Os shows tiveram início no fim de março, período em que a estatal já havia anunciado prejuízos de R$ 2,2 bilhões em 2025. Além disso, transportadores terceirizados estariam sem pagamento, e diversos hospitais descredenciaram o plano de saúde dos trabalhadores, conhecido como Postal Saúde, por falta de repasses.
Correios ao lado de marcas de luxo
Apesar do colapso nos serviços internos, os Correios figuram no material promocional da turnê ao lado de marcas de alto padrão, como a Rolex. A iniciativa, segundo a estatal, faz parte de um projeto de reposicionamento de marca.
No entanto, os ingressos do espetáculo ultrapassam R$ 1.500, valor superior ao salário mínimo vigente, de R$ 1.518. Isso tem gerado críticas de que o evento, patrocinado com dinheiro público, não é acessível à maioria da população — muito menos aos próprios funcionários da empresa.
Gastos milionários em meio à penúria
Além do patrocínio à turnê, os Correios já haviam desembolsado R$ 1,3 milhão para bancar o “Encontro de Novos Prefeitos e Prefeitas”, promovido em Brasília com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No evento, Lula exaltou os novos gestores municipais, enquanto servidores da estatal alertavam sobre atrasos salariais, colapso no plano de saúde e descumprimento de obrigações legais com os funcionários.
Correios respondem
Em nota, os Correios justificaram o patrocínio como parte de uma estratégia de valorização da marca e afirmaram que estão em tratativas para regularizar os repasses ao Postal Saúde. A empresa ainda não detalhou como equilibrará os gastos promocionais diante do déficit bilionário que acumula.
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