Com o voto da maioria dos vereadores, a Câmara Municipal de Matupá aprovou nesta segunda-feira (07/04) o Projeto de Lei nº 1.309/2025, enviado pelo prefeito Bruno Mena (União Brasil), autorizando a abertura de um crédito extra de R$ 4,1 milhões para dar início à terceirização da saúde no município.

Na prática, o que foi aprovado permite que uma empresa privada, sem fins lucrativos, assuma a gestão da saúde pública de Matupá. Essa empresa será escolhida pela própria Prefeitura e passará a administrar unidades básicas, hospital e demais serviços que, até hoje, eram responsabilidade direta do município.

A decisão não passou batida. O vereador Mano (PL) votou contra e ainda pediu mais tempo para analisar o projeto, mas só teve o apoio do vereador Carmilton Jorge (PL). Durante sua fala, Mano foi direto:

“A privatização da saúde nunca funcionou. Em cidades como Sinop e Peixoto de Azevedo, nem os prefeitos conseguem entrar no hospital. Tenho preocupação com os funcionários da saúde. Vai vir empresa de fora levar nosso dinheiro”, criticou.

O que mais chama atenção é que, mesmo com um orçamento robusto de quase R$ 45 milhões para a saúde este ano, a Prefeitura não planejou bem e agora precisa remanejar recursos de áreas importantes como a atenção básica e a manutenção das UBSs para bancar essa terceirização.

A dúvida que fica no ar é:
se a saúde de Matupá já tem quase R$ 45 milhões, por que o prefeito precisa de mais R$ 4 milhões e ainda quer passar a gestão para fora?
Será que falta dinheiro mesmo... ou falta gestão?

Agora, com o aval da Câmara, a população precisa ficar atenta. Porque quando se entrega a saúde pública nas mãos de empresas privadas, quem paga o preço — literalmente — é o povo.

Fonte: Vandressa Rios - Especial para o Nortão Agora.