A Coogavepe (Cooperativa dos Garimpeiros do Vale do Rio Peixoto) negou nesta sexta-feira (19) que tenha feito repasses ilícitos para o delegeado Geordan Fontenelle, da Delegacia de Peixoto de Azevedo. 

A acusação havia sido feita pela Polícia Civil no âmbito da Operação Diaphthora, deflagrada nesta semana para apurar a existência de um "gabinete do crime" que teria sido montado dentro da delegacia pelo delegado Fontenelle.

Em nota, a cooperativa afirma que, de fato, realiza mensalmente o pagamento de R$ 2 mil, que tem como destino final a Delegacia de Peixoto de Azevedo, porém, segundo a entidade, o valor é transferido ao Conseg (Conselho de Segurança Pública) de forma oficial.

"A Cooperativa dos Garimpeiros do Vale do Rio Peixoto – Coogavepe informa que não paga, pagava ou algum dia pagou qualquer valor ao delegado Geordan Fontenelle. A Coogavepe possui apenas um convênio com o Conseg (Conselho de Segurança Pública) de Peixoto de Azevedo/MT, através do qual repassa a este Conselho o valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais)", diz nota enviada pela cooperativa.

Ainda segundo a Coogavepe, o dinheiro pago ao Conseg era destinado para a delegacia cobrir pequenas despesas como mercado, aquisição de produtos de limpeza e alimentação.

Conforme a coperativa, as informações a respeito dos repasses são públicas e documentadas por convênio. "Toda utilização de recursos por parte do Conseg passa por prestação de contas criteriosa que precisa ser homologada pelo representante do Ministério Público do Estado de Mato Grosso", diz a nota.

Prisões 

Geordan e o investigador da Polícia Civil, Marcos Paulos Angeli, foram presos na quarta-feira (17), apontados como mentores do esquema na delegacia. Segundo a Polícia, foi em uma conversa com o investigador que o delegado teria contado sobre o repasse da cooperativa.

No documento onde consta o diálogo, a Polícia ainda afirma que o delegado teria ficado preocupado com a possibilidade de o valor parar de ser repassado após a deflagração da Operação Hermes II, da Polícia Federal, que investigou o comércio e uso ilegal de mercúrio em garimpos nas áreas que compõem a Amazônia.

"Demonstram preocupação com relação aos efeitos da Operação Hermes II, deflagrada na cidade de Peixoto de Azevedo, vez que Geordan confessa receber repasse da Cooperativa no valor de R$ 2.000,00 [...] e que, em razão da operação mencionada, provavelmente haveria o fim do repasse do valor por parte da Cooperativa Coogavepe após a intervenção da Polícia Federal e do Ibama, pois houve bloqueio de bens e valores decorrentes da operação".

 Leia abaixo a nota na íntegra:

"Considerando as várias matérias recentemente publicadas pelo site MIDIANEWS, a Cooperativa dos Garimpeiros do Vale do Rio Peixoto – COOGAVEPE, informa, que, não paga, pagava ou algum dia pagou qualquer valor ao Delegado GEORDAN FONTENELLE.

A COOGAVEPE possui apenas um convênio com o CONSEG (Conselho de Segurança Pública) de Peixoto de Azevedo/MT, através do qual repassa a este Conselho o valor de R$- 2.000,00 (dois mil reais), para ajuda de custos à Delegacia de Policial Civil de Peixoto de Azevedo/MT, para pequenas despesas como mercado; para aquisição de produtos de limpeza e alimentação básica (como café, água, etc).

Os valores em questão são integralmente transferidos ao CONSEG, em conta da sua titularidade, que, por sua vez, os repassa à Delegacia para o custeio destas despesas.

Informa-se e frisa-se, ainda, que, tais informações são todas públicas e documentadas por convênio, bem como, que, segundo as normais vigentes, toda utilização de recursos por parte do CONSEG passa por prestação de contas criteriosa que precisa ser homologada pelo representante do Ministério Público do Estado de Mato Grosso local, na qual se deve, inclusive, juntar as Notas Fiscais dos gastos utilizados com este dinheiro.

Em outras palavras, os R$- 2.000,00 (dois mil reais), repassados pela COOGAVEP ao CONSEG são exclusivamente para o custeio com estas despesas, como inclusive realizado em diversas outras comarcas do estado e, nunca foram destinados ao referido Delegado ou tem qualquer relação com as supostas práticas ilícitas imputadas a ele, muito menos possuem qualquer caráter de ilegalidade,clandestinidade ou visam beneficiar qualquer pessoa em particular, mas apenas a própria sociedade como um todo.

 Quanto o advogado Gefferson Cavalcanti Paixão, informa-se que embora este possa ter entre seus clientes alguns garimpeiros, não é advogado desta Cooperativa nem responde por ela, a qual já é há algum tempo representada pelo escritório Hoffmann & Coladello Advogados.

Por fim, ressalta a COOGAVEPE que é uma cooperativa que olvida todos os seus esforços para fomentar boas práticas da sua administração e de seus cooperados, a qual tem sua conduta sempre pautada na legalidade, na probidade, transparência e colaboração para o crescimento sustentável dos garimpeiros e da região onde atua, sendo ela uma entidade que não coaduna com qualquer ato irregular de quem quer que seja”."

Fonte: Midia News